quarta-feira, 14 de março de 2012

regenerar Braga


obras de requalificação urbana na praça do município, março 2012
© catarina miranda basso


todas as mudanças (principalmente aquelas que alteram o espaço urbano) despoletam nos cidadãos reacções adversas.
porque os bracarenses estão saturados de não serem dados nem achados no que diz respeito às alterações do espaço público (do seu espaço, que condiciona a forma como vive e como viverão os seus), e ainda que tenha havido um esforço em informar os cidadãos (entre outros, através da criação de um portal informativo), estamos ainda longe de sentir que a cidade é nossa, e que a nossa câmara tem de facto vontade de nos ouvir.
tal como já observamos antes, os projectos de execução parecem sair prontos a executar - parecem, porque, na verdade, há sempre imprevistos não acautelados no desenho de gabinete (quer porque esta é uma condição de qualquer obra, quer porque não foi feito um estudo prévio sério, quer porque não foram ouvidos os moradores - aqueles que, de facto, conhecem as ruas da cidade melhor do que ninguém).
importaria, assim, promover a discussão pública dos projectos de remodelação (a exemplo daquela que se irá amanhã realizar na Velha-a-Branca, por iniciativa dos moradores e comerciantes do largo da Senhora-a-Branca) previamente à execução dos mesmos (todos sabemos que existe um período consignado à discussão pública, mas este, tal como as datas em que se realizam as assembleias municipais, não é devidamente publicitado e os prazos normalmente apertados); importaria também, antes de se darem início às obras, informar os cidadãos das alterações de trânsito decorrentes da prossecução das mesmas, bem como informar com clareza moradores e comerciantes (não através deste meio, mas através, por exemplo, duma apresentação pública das intenções, e não delegando nos presidentes de Junta a tarefa de comunicar projectos acerca dos quais os mesmos não terão total entendimento); importaria igualmente aproveitar o ensejo da mudança para assinalar elementos históricos que pertenceram um dia à cidade - porque não aproveitar, por exemplo, o novo lajeado de granito do passeio nascente da rua de Santo António da Praça para inscrever nele a existência da capela de Santo António da Praça?

(é lamentável que a nossa câmara desconheça o significado da palavra cultura - porque aquilo que estão a fazer faz, feliz ou infelizmente, parte da nossa cultura - e para esta cultura há sempre fundos. A nossa cultura não são apenas museus e exposições e preservação do património - parte da cultura para a qual nunca há orçamento)

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